Novos ares (Marcio Gredilha)

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Minha alma encontra-se em estado de sítio...
Cercada pela ação maquiavélica dos meus fantasmas,
E o bom medo lidera os mais rebeldes
Com suas facas de brisa.

Será que estou condenado ao mistério?
Da minha boca não sai mais palavras, Apenas a vontade de encontrar novos ares.
Eles nunca se cansam de assistir
A nossa decadência,
Mas saibam que novos ventos virão.
O céu azul está tão claro,
Mas as nuvens brancas me dizem coisas...
Sigo nesse paradoxo íntimo sem Eles, Respirando ao lado de gente sofrida,
No centro de um país caótico, Desperdiçando vida,
Derramando solidão através dos olhos, Secando lágrimas de madrugadas tão vazias.

Eu estou partindo para um lugar seguro, Onde a pátria e o amor andam separados, Onde não se paga para matar,
Onde os campos são tão verdes
Quanto este teu sorriso triste,
Onde as moscas não são mutantes
Criadas por mãos humanas.

Minha amada mãe não chores!
É apenas uma viagem sem volta,
E eu nunca teria a coragem de partir seu coração.
Dê um abraço no velho pai e diga a ele
Que estou levando a dor dos que partiram antes,
E a saudade das canções de amor.
No frio vou achar conforto.
Dentro deste vácuo de tão estranha sorte Que o tempo proporcionou,
Seria mesmo o beijo o fim?

Sou um fracassado apenas...
Cansado e na fila da morte
Tentando achar a minha vida...
Nenhum sonho meu
Me trouxe o êxito.
Eu acho que não serei capaz de te fazer sorrir...
Meu fanatismo e a ausência de religião
Me tornaram louco e livre.
Me tranco nesse complexo vertical
De tão solidário que fui
E me entrego ao silêncio
Sepulcral...

(Márcio Gredilha )

Sobre o autor

Estudante, blogueiro, crítico e, nas horas vagas, aprendiz de poeta.

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