Influência (Marcio Gredilha)

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Sou humano...
Sou uma estrutura descomplicada
Que se complica o tempo todo.
Estou próximo ao chão,
Onde as bactérias são mais humanas e quentes,
Próximo da última baforada,
Nessa maconha transcendental chamada morte...
Ah! Não é morte física...
É morte intelectual...
É morte das palavras e do vento
Que às vezes leva uma saudade sua.
É morte da capacidade de distinguir
Entre o bem e o mau...
Capacidade de compreender
A metafísica de um velho futuro
Ou de um passado novo...
Enfim, morte do raciocínio...
E o que era racional,
Agora é manipulação,
Advindo de todas as partes,
Num clímax sideral...
Num gozo cósmico onde
As particularidades
Encontram-se à tona...
Não tenho mais direito de pensar...

Envelhecido pelos obstáculos
E pelo som inabalável da verdade.
Sou humano...
Sou parte de uma colmeia...
Sou malabarista...
Apaixonado...
Com medo de provar a saliva
De teus segredos mais profundos
E enigmáticos...
Onde brota um azul tão soberano
Quanto a fé...
E conduz seus olhos...

Sou um ser que compartilha o mundo,
Sem saber quem sou...
Atordoado com a façanha do batimento cardíaco,
Que espalha a química do amor
Em meu sistema circulatório...
É quando percebo a primavera
Que brota da alma,
E fico maravilhado com as flores
Que nascem do jardim de Deus.
Deus! Tu és meu criador!

Meu Pai!

(Marcio Gredilha)

Sobre o autor

Estudante, blogueiro, crítico e, nas horas vagas, aprendiz de poeta.

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