Morte e saudade

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Sinto uma saudade 
Dos tempos que você me cercava, 
Do bom cheiro da flor e de terra, 
Do reencontro que envolvia as pessoas, 
Da alegria de alguns familiares. 
Tem que ser assim realmente a despedida? 
Por onde anda a vovó e o vovô, 
A mamãe e agora o papai? 
Tem cuidado dos meus amores como eles merecem? 

Sinto uma saudade 
Daquela tristeza e dor em meus olhos. 
Daquela vontade de te abraçar 
E te amar para sempre... 
Como se você fosse a solução, 
Mas não é... 
Você não é mais importante 
Como na época da depressão 
Não é mais o motivo de tanta solidão. 
Por hora sinto até desprezo, 
Em razão de querer a vida hoje
Muito mais do que a morte. 
Mas confesso que ao término de um novo amor 
Sinto saudade sua. 

Vou gastando o meu tempo. 
Pela vida ou pela morte, 
Não importa, 
Pois chegará o dia e também a hora 
De reencontrar vovó e vovô 
E caminhar de novo com ambos 
E todos os meus amores 
E matar de vez a saudade. 
Estarei para sempre ali, 
Olhando nas entreleinhas de Deus, 
O que enfim me restou. 

Sinto uma saudade...

(Marcio Gredilha)

Sobre o autor

Estudante, blogueiro, crítico e, nas horas vagas, aprendiz de poeta.

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