Amor sideral (Marcio Gredilha)

0
00:30

Meu amor transcende o ideal,
O inconsistente, a incomensurável razão,
O percurso da consciência por mera distração.
É tão puro que condiciona o fim...
E materializa a dor na forma de canção.

Encontra a madrugada, como sonho de criança,
Como uma estrada que termina no silêncio
De meu olhar cansado e triste.

Meu amor é o antiverso do versátil,
Um desencontro fatal e impreciso.
Que se lança no precipício
E alcança as labaredas de seus olhos.

Não preciso de beijos com asas,
Nem de abraços com fogo de pétalas...
Nem do cheiro daquela última tarde...
Nem do toque que penetra a flama...
Preciso apenas de uma dança,
De uma última dança...

E percorrer a sorte ao som do véu,
(Ao som que morre no peito...
Que nasce no peito...
Que vive no peito...
Que acaba no peito...
Que volta pro peito...)
Para um despeitar de alegria.

Mas decido guardar o amor,
Ah, Guardar a verdade que vejo através do vento...
Mesmo não estando aqui,
Consigo separar a sua realidade atual,
Daquilo que quero esquecer...

As lágrimas são as chuvas da alma,
Que inundam o meu momento...
Mas meus passos, embora curtos,
Levam-me na direção do sonho...
E a vida tounou-se, toda ela, um sonho,
Não consigo acordar...
E ver apenas a definição de quem sou.

Pode durar uma vida, um dia, um minuto,
O amor que transcende o sideral...

(Marcio Gredilha)



Sobre o autor

Estudante, blogueiro, crítico e, nas horas vagas, aprendiz de poeta.

0 comentários :