Sou um pedaço de estrela...
Adormecido no cosmo feito poeira.
Meus ancestrais seguiram na direção contrária do tempo...
Vivendo planetas e percorrendo galáxias...
Mesmo após tantas eras de caos e sombras...
Vias se abrem em todas as épocas
Afim de religar a matéria que compõe o vento...
Afim de despertar o intento...
Ou o espavento das alvoradas celestiais...
Onde a partícula dominante expande...
Sou o roçar primitivo
A hecatombe mais perfeita entre os multiversos...
Intrínsecas a hereditariedade humana. ...
Sou humano sim com um universo interno...
Onde o criador repousa e me alimenta de versos...
Poeta de vasto...
De eco transcendental...
De beijo cósmico...
Onde a língua é silêncio...
Onde sou consciência...
Amor de céu...
Celestial vida...
Presente do primeiro ao último dia
Da minha existência...
Deus sou eu...
As rosas beijam a ramada,
Nos céus o labutar de um vento.
Desfalece agora de derramamento...
A paixão na arte desfraldada.
Nas pétalas o rubor do encantamento,
Perdem-se... A paisagem perfumada,
Em sorrisos de têmpera florada,
As redomas folhas do relento.
Quando a morte abre as flores:
Um triste revoar na atmosfera...
E o relembrar das pequenas dores.
Oh, Deus... A solidão me espera!
Permita em mim nascer as cores.
De uma doce eterna primavera.
(Marcio Gredilha)
Quero sentir o fulgor dentro do
peito,
Quero beijar em ti a doce lua.
Do silêncio que detenho, quero a rua
Para a tua entranha... Disfarço e deito.
Quero sentir desespero...
Perdidamente... Aceito
O gosto e o cheiro de tua pele
crua...
Um toque de arvoredo e o teu corpo
sua,
Um passeio em teus lábios em forma de
preceito...
Quero sentir saudade da parte
nua,
Do encontro de olhares... Da tua
Fogosa atuação no leito.
Quero sentir medo do amor que
atua
Nas ásperas palavras do conceito:
Quero teu corpo e beijo por
direito.
(Marcio Gredilha)
Você era tão linda quando olhava pra mim,
E apesar de estar triste a alegria superava,
Era o seu encanto que chegava
Para iluminar-me enfim.
Como uma estrela em harmonia
Com o sorriso e o silêncio em mim.
E todas as estrelas ao meu silêncio esquecia
Para viver comigo assim....
E o firmamento sem estrelas e em silêncio agora,
Distante e por mim apenas chora.
E a noite com a lua
Destrói com um pranto a rua,
Aonde triste eu caminho,
Sem amor pra num toque olhar.
Meu Deus, como é difícil estar sozinho,
Sem ter na vida por quem chorar.
(Marcio Gredilha)
Andando pelas ruas
Perdidos...
A menina e o menino
Ingênuo e triste
Tentando encontrar o caminho para a estrela mais distante.
Em silêncio...
Sentados na calçada
Ouvindo o som perfeito do amor que passa bem devagar
Dois perdidos...
Se encontrando e juntando os pedaços que ficaram pelo caminho...
Feridas cicatrizaram de repente
Sob a luz doce da lua
Nos envolvemos em nossas alegrias
Seu sorriso de lindo alcançou o patamar da perfeição
Nos curamos...
Mãos dadas
Caminhando lado a lado
Um novo ciclo...
Um novo início
Um despertar...
Seguimos.
(Marcio Gredilha)
Vou subir o morrão
Não quero nem saber no que vai dar
A menozada está bolada
Não tô nem aí
Vou subir de cara limpa
Essa mina não conhece a caminhada
Duvidou do que eu sou capaz
Não vem de chapa não só quero paz
Eu vou subir o morrão
Do Méier ao chapadão
Não tô nem aí
A menozada tá bolada
Morena linda
Marcou minha vida
Essa tatuagem me alucina
O beijo mais gostoso da cidade
Vem rebolar pra mim
Morena
Vem dizer que ainda me quer
Morena
Vem lembrar da nossa treta
De manhã serei seu homem
O dono da sua maleta
Marcio Gredilha
Quando ouço esta música imagino uma escadaria
Que me eleva para dentro de mim
Meu mundo de sombras
Onde sou dominado por meus medos
Onde todos os meus demônios
Lutam contra mim
Na ânsia de despertar
Para minha realidade materialista
Os acordes desta guitarra maldita
Me conduzem numa viagem astral
Desde a velha cidade de Eridú
Até aos confins do norte
Onde os guardiões dançam loucamente
Sobre a sepultura de seus pais
Fumando seus baseados de nêutrons
Para o desintegrar das eras...
Quando acordo desta transe
Nesta melodia suavemente
As pedras da moralidade me atingem
Sinto que as bactérias me desejam
Atraídas pelo odor de meu sangue anêmico
E de minhas chagas apodrecidas
São os vermes
A substância essencial do dia da manipulação
A bateria diabolizada
Acelera os passos na escuridão
Anti a dor de todos os escravos
Da quarta dimensão
Ao último entoar
Alguém pede perdão
Por tanta transgressão nos olhos
Vejo a luz de 'Led'
A sucumbir entre seus irmãos
Entre os adoradores de 'Marduke'
Os versos da canção
Petrificam meus neurônios
(...)
Marcio Gredilha
Esvaziando-me de tudo que me encheram,
Esvaziando-me ao ponto de transbordar.
E quanto mais mergulho nesse vazio infinito
Dentro de mim,
Chego a conclusão que me resta diminuir.
A um passo da transmutação,
Da conscientização hermética do vasto,
Onde cada silêncio percorre a estreita do vácuo,
Na direção translúcida do meu ser,
Onde a percepção converge o acaso
Das possibilidades do meu viver.
Pretendo fluir como essência
Na consciência do Todo,
Frente a dualidade daquele que se comportou
Como massa e onda e ao mesmo tempo,
Que atravessou a franja tridimensional
Da minha razão material,
Num colapso de emanação
Onde a nano visão
Vê a subpartícula do amor.
A criação expandiu-se.... e assim,
Estou dentro do meu Criador
E o meu Criador está dentro de mim.
(Marcio Gredilha)
(Marcio Gredilha)
Não há mais doçura no sorriso. ..
Confesso que hoje acordei com vontade de partir,
Com vontade de caminhar pra sempre para o fim...
Bem longe das espertezas do silêncio. ..
Estou cansado...
Cansado de compartilhar a solidão que
Cai dos meus olhos...
Chega de lembranças amargas...
Nunca pensei que fosse desistir,
Mas hoje o fracasso se aproxima lentamente...
Como se o alvo chegasse pra mim...
O meu fim...
(Márcio Gredilha).
Você é a última musa inspiradora de minha alma
Lentamente consumida...
Quando as madrugadas terminam
Surge um sol no céu...
Depois ele se vai e volta novamente...
Espero que você volte todos os dias
Como o sol...
Até mesmo em dias nublados apareça também
Para esquentar meu coração frio e velho...
Para me iluminar de brisa na solidão das tardes...
Para transformar o silêncio num mundo de paz,
Amor e respeito...
(Marcio Gredilha)
A lua resolve despencar sobre a sua cabeça.
A noite fica mais escura,
A estrada desaparece,
Então você se perde de novo...
Mesmo assim não desista,
Pois sempre haverá a oportunidade
De uma nova tentativa,
Mesmo de forma silenciosa,
Reconsidere as palavras,
Reconsidere o tempo de luz,
Pois a vida segue em duplo sentido.
Destinos se cruzam, almas se reencontram, Beijos acabam,
Mas ficam as saudades e as esperanças
De que o seu pedaço de paraíso
Continua vivo, intacto, a sua frente,
Louco pra te ter mais uma vez.
(Márcio Gredilha)
O vento parou de soprar...
E tudo voltou como era antes...
E os perdidos ficaram para trás...
Quantas vezes chorei olhando para os céus?
Quantas vezes ergui os braços para os céus
Tentando agarrar uma nuvem para te encontrar?
Quantas vezes transformei a noite em minha casa
Tentando achar um pontinho de luz vindo na minha direção?
Quantas vezes tentar abandonar o próprio corpo numa transe transloucada de vinho para esquecer?
E eu me pergunto agora o porquê?
Um suspiro em troca de sorriso
E longas caminhadas....
E uma decadência momentânea
Consumia a alma.
Como eu queria agora estar diante de Ti
Com o coração quebrado...
Com lágrimas nos olhos...
Os lábios sem palavras...
Vazio de mim mesmo...
Para reencontrar a minha vida
Perdida em algum cemitério de vivos...
Perdida nesse caldeirão de competitividade que se transformou o mundo....
Mas ainda tenho tempo para conhecer a verdade.
E sigo perdoando. ..
Orando. ..
Ajudando. ..
Amando...
Sendo solidário a outros perdidos...
E a alegria é tanta, nessas horas,
Que nos sentimos todos salvos....
(Márcio Gredilha)
Cercada pela ação maquiavélica dos meus fantasmas,
E o bom medo lidera os mais rebeldes
Com suas facas de brisa.
Será que estou condenado ao mistério?
Da minha boca não sai mais palavras, Apenas a vontade de encontrar novos ares.
Eles nunca se cansam de assistir
A nossa decadência,
Mas saibam que novos ventos virão.
O céu azul está tão claro,
Mas as nuvens brancas me dizem coisas...
Sigo nesse paradoxo íntimo sem Eles, Respirando ao lado de gente sofrida,
No centro de um país caótico, Desperdiçando vida,
Derramando solidão através dos olhos, Secando lágrimas de madrugadas tão vazias.
Eu estou partindo para um lugar seguro, Onde a pátria e o amor andam separados, Onde não se paga para matar,
Onde os campos são tão verdes
Quanto este teu sorriso triste,
Onde as moscas não são mutantes
Criadas por mãos humanas.
Minha amada mãe não chores!
É apenas uma viagem sem volta,
E eu nunca teria a coragem de partir seu coração.
Dê um abraço no velho pai e diga a ele
Que estou levando a dor dos que partiram antes,
E a saudade das canções de amor.
No frio vou achar conforto.
Dentro deste vácuo de tão estranha sorte Que o tempo proporcionou,
Seria mesmo o beijo o fim?
Sou um fracassado apenas...
Cansado e na fila da morte
Tentando achar a minha vida...
Nenhum sonho meu
Me trouxe o êxito.
Eu acho que não serei capaz de te fazer sorrir...
Meu fanatismo e a ausência de religião
Me tornaram louco e livre.
Me tranco nesse complexo vertical
De tão solidário que fui
E me entrego ao silêncio
Sepulcral...
(Márcio Gredilha )
Social